segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cuidados em Casa.

Depois que voltamos para casa, o Lucca está sendo acompanhado por uma equipe do plano de saude, fisioterapeuta, enfermeiro, medico, eles vêm em casa periodicamente para acompanhar o desenvolvimento dele...
Além destes profissionais, ele precisa tb fazer acompanhamento com neurologista, neurocirurgião pediatrico, fonoaudiologa, terapeuta ocupacional, ortopedista, oftalmologista, otorrinolaringologista, cranio facial, além da pediatra e da nutricionista....Ixi...acho que nao esqueci de ninguém...srsrsr
Vocês devem estar pensando: "coitada...isso tudo de medico!!!" eu tb fiquei assustada no começo...mas nada que nao consigamos nos adequar...afinal de contas é a vida do meu filho, do meu anjo que estamos cuidando...nada mais gratificante que ve-lo crescendo e se desenvolvendo, claro que dentro do seu tempo.

A 1ª internação depois de vir pra casa.

Após exatos 20 dias em casa, o Lucca amanheceu com um pouquinho de febre...fomos ao hospital e não deu outra...ficamos internados por cerca de 8 dias...ele havia contraido uma infecção que até hoje não sabemos ao certo o que foi...
Mais um obstaculo ultrapassado pra honra e gloria de Deus!!!

Dá vontade de amassar não dá!!!!

Lar doce Lar!!!

A chegada do meu pequeno em casa, foi uma surpresa para todos...tinha receio de contar que viriamos embora e derrepente algo dar errado...não queria criar expectativas...
Mas graças a Deus tudo saiu como esperava, meu marido foi nos buscar no HVV e por volta das 16:00hrs do dia 16/06 estavamos em casa...
Não sabia nem por onde começar...como não contei a ninguém da nossa chegada, minha casa não estava preparada para receber o Lucca...mas Deus é grandioso e apesar do aperto tudo deu certo...
No inicio não foi nada facil...a adaptação com um bebe em casa...o aprendizado diario em relação aos cuidados especiais de que ele necessitava...era algo desesperador mas gratificante...só de ter meu pequenino conosco na nossa casa...UFA!!!...não tenho do que reclamar...

Enfim...CASA!!!

Parecia um sonho prestes a se tornar realidade, depois de exatos 6 meses de internação, o Lucca iria enfim ir pra casa...a ansiedade era tamanha que nao dá nem pra explicar...
Depois que a nova canula foi colocada, era somente o tempo de eu aprender a trocar o curativo, aspirar, etc..pra podermos ir pra casa...confesso que no começo não foi facil...mas pra poder levar meu pequeno embora do hospital, aprendi meio que "na marra"...srsrs 
No dia 15 de Junho de 2011 estavamos de volta ao Hospital Vila e Velha...para no 16 de junho estarmos em casa!!!

sábado, 8 de outubro de 2011

Problemas com a traqueostomia.

Cerca de tres dias depois de colocar a traqueostomia, o Lucca apresentou dificuldade para respirar...infelizmente a traqueostomia teve que ser retirada e ele foi novamente entubado...
Fiquei mt triste, não queria acreditar que Deus havia me colocado naquele hospital sem um proposito...não queria acreditar que meu filho ficaria o resto da vida dependente de oxigênio e pior...entubado em um hospital...
A tristeza logo dava espaço para a esperança quando via que apesar de todo o sofrimento, meu pequeno resistia bravamente...os medicos fizeram alguns exames e constataram que ele estava novamente com uma estenose de traqueia (lembram que esta foi a 1ª cirurgia que ele fez??? Pois é...tinha uma outra parte da traqueia dele que havia estenosado) e mais...tinha também traqueomalacia (a traqueia dele era mole) o que dificultava ainda mais a sua respiração.
O lucca ficou entubado cerca de uma semana e uma nova canula de traqueostomia foi colocada, desta vez, um pouco maior para que ela pudesse ultrapassar a area estenosada.
Graças a Deus correu tudo bem...ele ficou mais uma semana no oxigenio para ajudar na recuperação e pronto!!! Estavamos prestes a ir para casa pela 1ª vez!!!

5ª Cirurgia - Traqueostomia

No dia seguinte a nossa chegada, às 09:00 da manhã o Lucca já estava novamente no centro cirurgico, desta vez para fazer uma traqueostomia. Com a graça de Deus a cirurgia foi um sucesso e o meu pequeno já podia respirar por uma especie de "caninho" colocado em seu pescoço. Já não era necessario mais utilizar o guedel (aquela chupetinha que ficava na sua boca pela qual ele respirava).
O alivio e a alegria foram tamanhos, pois o guedel precisava ser trocado dia sim, dia não e o risco dele sofrer uma parada respiratorio era grande...Por três vezes durante as trocas de guedel que foram feitas, a saturação dele caiu mt chegando a ficar cianotico, em uma destas ele precisou voltar para a UTI.
Mas, enfim...Deus havia permitido que meu filho passasse por mais esta etapa na luta pela vida.
Agora precisavamos passar por uma equipe multidisciplinar para que fosse feito uma especie de plano de tratamento para o Lucca, pois apesar desta ter sido a 5ª cirurgia, mts outras estão por vir...  
Parece um sonho, mas pela primeira vez, depois que o Lucca nasceu, estava vendo como era sua boquinha...meu filho já tinha 5 meses e ainda nao tinhamos visto como era sua boca...ele sempre esteve entubado ou então com o guedel...confesso que pra mim era a boca mais linda do mundo!!!


Com o guedel.




Sem o guedel.


Sou lindo de qualquer jeito....fala a verdade!!!!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Chegada em SP.

Chegamos em SP por volta das 22:00 e o Lucca foi direto para a UTI. Do hospital eu fui procurar uma pensão pois como ele estava internado na UTI eu não poderia  ficar com ele. As visitas na UTI eram apenas 30 minutos pela manhã e a tarde...meu coração ficou por muitos dias apertado pois não tinha meu pequeno pertinho de mim...
A primeira noite em SP eu passei na Profis que é uma espécie de alojamento para pessoas de baixa renda que estão em tratamento no Centrinho.
A liminar concedida pela justiça foi para que o plano de saúde não apenas transportassem a mim e ao Lucca, mas também ao meu marido...e dois dias depois o everton estava conosco em SP.
Tinha a certeza que o meu pequeno estava no melhor lugar que ele poderia estar, o Centrinho é referencia neste tipo de tratamento na América Latina e sei que alí teríamos condições que oferecer o melhor tratamento de que o meu pequenino precisava.

Enfim a tão sonhada vaga!!!

Como não conseguimos a vaga através de nenhuma das pessoas que estavam tentando nos ajudar resolvi encaminhar e-mail pois esta era a única tentativa que ainda não havíamos feito. O e-mail foi encaminhado em um dia e cerca de 5 dias depois a Drº Rita – mais um anjo que Deus colocou em nosso caminho – entrou em contato para nos informar que a vaga estava liberada, e que o Lucca precisaria estar no Centrinho no dia 23/05/2011.
Soubemos da vaga em uma sexta feira e teríamos que estar em São Paulo já na segunda próxima, caso contrario perderíamos a vaga e teríamos que esperar mais algum tempo.
Entramos em contato com o plano de saúde para que pudesse providenciar o transporte, já que este teria que ser de UTI aérea, e nos deparamos com a seguinte situação: fomos informados de que estavamos ainda em carência para este tipo de transporte.
Tinhamos o sábado e domingo para resolvermos este problema e mais uma vez Deus foi extremamente maravilhoso e colocou mais alguns anjos em nossos caminhos...estes seriam responsáveis pela nossa ida a São Paulo.
Entrei em contato com uma colega de trabalho cujo marido é advogado e já havia se colocado a disposição para nos ajudar no que fosse preciso...ele foi muito, mais muito importante pois foi ele que com sua bondade e coração grande nos orientou quanto ao processo que deveríamos abrir contra a Unimed para que eles nos encaminhassem à São Paulo. Sei que em dois dias este anjo chamado Igor, reuniu toda a papelada e deu entrada no plantão do tribunal de justiça. Ele largou sua família e passou o domingo resolvendo esta questão...e foi graças a ele que conseguimos embarcar para São Paulo no dia 23/05 às 17:00.
A juíza arbitrou uma multa de cerca de R$10.000,00 diarias caso a Unimed não providenciasse o transporte para que pudéssemos estar em São Paulo no dia marcado. Foi graças ao empenho deste grande amigo, que meu pequeno pôde dar continuidade ao seu tratamento.

HomeCare - será que é desta vez???

Tivemos a visita de uma equipe da Unimed para avaliar a situação do Lucca quanto ao Home Care, apesar da expectativa alguma coisa me dizia que não seria desta vez que iriamos para casa.
A medica foi bem sincera ao me informar que o caso dele é muito delicado devido a gravidade caso o guedel saia dentro de casa. Não haveria tempo de corrermos com ele pro hospital e provavelmente ele viria a óbito.
Estava entrando no meu ultimo mês de licença, ou melhor estava nas minhas férias e ao final de maio teria que retornar ao trabalho. Sabia que em hipotese alguma isto seria possível, pois o Lucca ainda requeria muitos cuidados e ainda estávamos internados.
Diante da negativa da Unimed só nos restava agora é esperar que Deus providencie uma vaga para o Lucca em São Paulo. Tentamos de varias formas contato tanto no Hospital de Anomalias Cranio Faciais (conhecido como Centrinho) e também no hospital Sobrapar, mas durante 15 dias não tivemos retorno algum.

O futuro a Deus pertence!!! E o presente tb....

Por conta da infecção que ele havia contraído anteriormente, e devido a necessidade da ingestão dos antibióticos, o Lucca precisaria ter um acesso profundo para que a medicação fosse feita pois os acessos venosos eram perdidos quase que diariamente, ou seja, meu bebê era constantemente furado para que uma nova veia fosse pega o que na maioria das vezes só era conseguido após duas ou três tentativas.
Meu anjo foi novamente para o centro cirúrgico afim de que este acesso venoso fosse encontrado, o que demorou cerca de três horas. Mais uma vez ele foi submetido a anestesia, entubação, e todo o horrível e incomodo pós operatório.
Ao retornar para o quarto, fiquei muito surpresa com o que vi. Eu esperava que meu filho viesse com um acesso no braço, nas mãos, nos pés, ou em qualquer outro lugar do corpo, mas que nada...o medico havia inserido um cateter na veia jugular do meu pequeno, em seu pescoço o que me assustou muito.
O Lucca voltou um pouco abatido e com um semblante que me fazia ter certeza de que meu pequeno havia sofrido. Ele voltou com bastante secreção no peito e com uma “chiadeira” que ele nunca havia apresentado antes. Estava muito choroso também.  Além disso, o medico havia feito outros dois cortes na tentativa de localizar esta veia, um debaixo do braço e outro no pescoço, ambos sem sucesso. Apenas na terceira tentativa foi possível instalar o cateter.
Apesar de todo sofrimento, foi graças a este cateter que o Lucca pôde completar os trinta dias de antibióticos e também fazer a gastrostomia sem ter que levar mais nenhum furo. Como não há mais necessidade dele tomar quaisquer medicamentos, o cateter será retirado hoje, procedimento feito no quarto mesmo pela enfermeira.

4ª Cirurgia - Gastrostomia

Como o único impedimento para a realização da gastrostomia era esta infecção, agora meu filho poderia dar mais este passo em busca da tão sonhada alta hospitalar. No dia 20 de Abril o Lucca iria novamente enfrentar o centro cirúrgico, anestesia, entubação, etc. E assim foi feito, meu bebê entrou na sala de cirurgia às 16:30 e saiu de lá as 19:00, vindo para o quarto por volta das 20:30 (era preciso esperar que ele se recuperasse antes de vir para o quarto).
Confesso que levei um tremendo susto, pois todos diziam que a gastrostomia era uma cirurgia simples, mas quando vi meu pequeno com um corte gigante na barriga e com uma sonda nada pequena, fiquei meio que desnorteada.
Apesar do susto, sabia que era preciso que ele passasse por mais este obstáculo, afinal de contas, Deus sempre esteve conosco e não seria agora que ele iria nos abandonar.
Hoje faz cinco dias que meu pequeno operou. Sua recuperação tem sido um sucesso, ele aos poucos está voltando a se alimentar e não teve qualquer reação/problema.

A busca pelo tratamento ideal.

Outra noticia não muito boa, foi em relação ao tratamento e aos cuidados de que o Lucca necessitava. Moramos no Estado do Espirito Santo, e infelizmente aqui não há um centro de referência no assunto. Precisamos buscar tratamento fora do estado, a principio no Estado de São Paulo.
As médicas pediatras que acompanham meu filho, a partir de então, estão tentando contato com o Centrinho, localizado em Bauru e com um centro de referencia em deformidades crânio-faciais em Campinas, estes foram os dois locais que o geneticista nos orientou a buscar tratamento/informações.
Após trinta dias de tratamento contra a infecção que o Lucca havia contraido, com a graça de Deus meu filho estava livre de bactérias, o que o livrava também dos fortíssimos antibióticos que ele necessitava tomar.

O Diagnostico da doença - SINDROME DE PFEIFFER (tipo 2)

Apesar das dificuldades, no dia 12 de Abril de 2011, o meu filho foi examinado por um geneticista que sem maiores problemas deu o então esperado diagnostico: Lucca era portador de uma sindrome genetica denominada Sindrome de Pfeiffer – Tipo 2, o caso mais grave desta doença. As má formações mais relevantes que levaram a este diagnostico eram: Cranioestenose em trevo, Hidrocefalia, Micro córnea, Estenose traqueal e polegares e halusus alargados. Além destas más formações o Lucca possuía também atresia de coana e artrogripose nos joelhos e cotovelos.  
Confesso que um misto de angustia, medo, e outros tantos sentimentos tomaram conta de mim, pois apesar de agora saber com o que estávamos tratando, as noticias quanto ao prognostico não eram muito boas.
O medico me explicou que esta é uma síndrome rara por ser do tipo 2 e extremamente grave, ou seja, meu filho mais que nunca corria risco de morte devido a inúmeras complicações que provavelmente iriam aparecer durante o tratamento.
Neste momento não tinha muitas informações a respeito da síndrome, apenas as orientações que o medico havia me fornecido, pois há dois meses estava internada no hospital com o Lucca e sem acesso a internet.
Claro que diante do diagnostico, tratei de buscar uma internet móvel para poder conhecer e buscar tudo o que fosse possível a respeito desta doença. Neste momento, precisava me transformar em uma expert no assunto, pois era a vida do meu filho que estava em jogo, era a sua sobrevivência que dependia não somente dos médicos, mas também do conhecimento que eu passaria a ter para poder questionar o que seria feito daqui pra frente.

Duas infecções hospitalares.

Com dois dias que estávamos no quarto após a ultima cirurgia, um exame de sangue foi feito, pois havia suspeita de que o Lucca estava desenvolvendo um quadro infeccioso.
Infelizmente a suspeita se confirmou, ele havia contraído uma infecção hospitalar que precisava ser tratada com antibióticos fortíssimos por cerca de quatorze dias. Durante este período, não poderíamos receber visitas, estávamos em isolamento pelo risco de contaminação e para segurança do Lucca.
Decorrido os quatorze dias, um novo exame de sangue foi feito, onde a bactéria que antes existia havia sido combatida, porém para minha tristeza uma nova bactéria havia se instalado no meu bebê o que nos levaria a mais quatorze dias de antibióticos e isolamento.
Tudo isso apenas atrasava a marcação da gastrostomia e em consequência o andamento do tratamento. Até o momento ainda não tínhamos o diagnostico da síndrome a que o Lucca era acometido, pois ainda não havíamos tido oportunidade de consultar um geneticista. A dificuldade estava na locomoção do Lucca que precisava ser feita sempre de ambulância equipada com UTI.

3ª Cirurgia - Derivação Ventricular Peritoneal (DVP)

Após sua recuperação, uma nova cirurgia foi programada. Agora seria necessário colocar uma DVP (Derivação Ventricular Peritoneal), pois o Lucca havia desenvolvido Hidrocefalia. Não seria necessário retirar mais alguma parte do osso do crânio como esperávamos, mas a instalação desta válvula era primordial para descomprimir mais uma vez o cérebro do meu pequeno.
Com três meses de vida, o Lucca foi novamente para o centro cirúrgico instalar a DVP. A cirurgia durou cerca de uma hora e o meu menino voltou novamente para a UTIN onde permaneceu por apenas três dias. Após este tempo ele teve alta e foi para o quarto recuperar-se e dar continuidade ao tratamento.
Após recuperar-se desta cirurgia, o próximo passo seria a realização de uma gastrostomia (procedimento que irá inserir uma sonda na sua barriga para que ele possa se alimentar). Desde que nasceu Lucca ele se alimenta por sonda, porém localizada em sua boca. A gastrostomia é necessária para que o próximo passo possa ser feito: uma analise detalhada da sua via respiratória, pois conforme já contei, ele respira pela boca com a ajuda de um guedel.

2ª Cirurgia - Craniossinostose

Desta vez, com 30 dias de nascido, Lucca vai novamente para o centro cirúrgico para agora operar a cabeça. Ele teve parte do osso do crânio retirado afim de que seu cérebro fosse descomprimido. Nesta cirurgia devido a grande perca de sangue, o anestesista achou prudente suspender sem ter feito tudo o que era necessário, pois a partir daquele momento o risco de morte era eminente. Meu filho teve parte do osso do crânio do lado esquerdo retirado, o que visivelmente já mudou sua face. O próximo passo seria sua recuperação para então poder operar o lado direito da sua cabeça, retirando mais um pedaço do osso.
Neste momento, apenas tínhamos o diagnostico de craniossinostese (suturas da cabeça fechadas, ou melhor, moleiras da cabeça fechada).
Após a cirurgia da traqueia, o Lucca foi extubado e pode respirar sozinho, porém com o auxilio de um guedel (espécie de chupeta) para que ele pudesse respirar pela boca, vista que ele não conseguia respirar pelo nariz.
Hoje, ainda não sabemos qual doença/síndrome nosso pequeno possui, nem tampouco como será seu crescimento/desenvolvimento, o que sabemos é que Deus está e sempre estará conosco nos auxiliando na criação do Lucca.
Devido a má formação do crânio, ele teve a visão prejudicada, e hoje estamos aguardando o diagnostico do que poderá ser feito. Não sabemos se o Lucca enxerga, nem o quanto ele enxerga, o que sabemos é que independente de tudo ele é muito amado.

A 1ª cirurgia - Estenose de traqueia

Em um primeiro momento, foi descoberto que a dificuldade em respirar era ocasionada em principio por uma estenose da traqueia, o que impossibilitava o ar de chegar aos seus pulmões. Essa foi à primeira cirurgia pela qual meu filho passaria.
Com apenas 15 dias de vida, ele foi para o centro cirúrgico para que a parte da traqueia que estava cerca de 90% obstruída pudesse ser retirada.
Mais uma vez Deus provou seu poder e misericórdia e o Lucca retornou da cirurgia bem (a cirurgia durou cerca de quatro horas e meia), tendo uma excelente recuperação o que permitiu que a equipe médica já programasse sua segunda intervenção cirúrgica.

A primeira visita.

A primeira sensação, confesso que foi de espanto, ele nascera com a fronte (testa) bem proeminente, o que desfigurava completamente sua cabecinha. Ele estava intubado devido a dificuldade respiratória, com uma toca que encobria toda cabeça e olhos. Naquele instante pude perceber o quanto ele precisaria de mim, o quanto precisaríamos buscar ainda mais a Deus para que ele pudesse intervir na vida do LUCCA.
Sim, este foi o nome escolhido para dar ao anjo que Deus enviara a terra naquele instante para ser cuidado por mim e pelo meu marido.
Começaria então uma rotina de exames em busca não somente do diagnostico da doença, mas também dos procedimentos cirúrgicos que ele necessitava fazer com a máxima urgência.
Meu filho nasceu, porém por alguns instantes ele não deu o tão esperado choro, sinal que toda mãe espera ouvir. Foram momentos de tensão e muito medo, será que meu bebê não resistiria ao parto, como ele era fisicamente???
Após alguns instantes o tão esperado choro foi ouvido por mim, um chorinho rápido, sofrido...mas o suficiente para me acalmar um pouco. Meu filho saiu da sala de parto direto para a UTIN (Unidade de Tratamento Intensivo – Neonatal) motivo pelo qual ele não me foi mostrado. As horas em que estava na sala de recuperação apenas aumentavam minha angustia quanto à saúde do meu filho, como será que ele estava?? Apesar de ter noção do que estava acontecendo ainda não sabia que ele havia ido para a UTIN.
Após cerca de 3 horas e com o passar da anestesia, fui levada ao quarto, e no corredor em direção a este encontrei meu marido e minha mãe em frente à porta da UTIN esperando noticias do meu pequeno. Ao chegar ao quarto eles me contaram que ele havia nascido com dificuldades respiratórias motivo pelo qual precisou ser internado na UTIN.
Naquela mesma noite, após tomar o primeiro banho, fui ver meu filho. Um misto de medo angustia e tristeza tomaram conta de mim, não sabia como iria encontrar meu filho, em que situação ele se encontrava, enfim, se resistiria.

O parto.

A cirurgia foi marcada para o dia 15 de dezembro de 2010, então com 39 semanas e 3 dias de gestação. A ansiedade, a angustia e o medo foram os sentimentos que tomaram conta de mim na manhã daquele dia, afinal de contas não sabia como meu filho viria ao mundo. Fomos para o hospital, eu, meu marido e minha mãe. Antes de chegarmos ao hospital fomos ao convento da penha com a intenção de colocar mais uma vez a minha vida e a do meu filho nas mãos de Deus, que ele pudesse estar operando através dos médicos para que tudo pudesse acontecer na mais perfeita harmonia.
Meu parto foi muito tranquilo, correu tudo na medida do possível dentro do esperado, porém ao tentar retirar o bebê da minha barriga, o médico verificou que o meu cordão umbilical não ultrapassava os 15 centímetros de comprimento o que dificultou um pouco na retirada do bebê.
Durante a gravidez, desenvolvi polidrâminio (excesso de liquido amniótico) o que me fez engordar muito (aproximadamente 16 kilos). O excesso de liquido também “atrapalhou” um pouco no momento do parto, pois o equipamento para drenagem não suportou a quantidade de liquido de saia da minha barriga.
Meu filho apresentava uma má formação óssea, o que fazia com que sua cabecinha crescesse de forma desregular, além de ter apresentado também espinha bífida. Vale lembrar que nada disso foi descoberto no ultrassom morfológica, apenas no exame seguinte, o que me deixou mais “indignada”, porém não menos esperançosa quanto à recuperação do meu filho.
A partir de então, os exames tornaram-se rotineiros (15 em 15 dias), pois meu bebê poderia nascer a qualquer momento ou então o parto poderia ter que ser antecipado devido a complicações na sua saúde.
Foram dias de angustia, mas também de muita oração, uma incrível rede de orações foi montada em prol da saúde do meu filho, Deus era sem sombras de duvida, nossa única salvação e o único que poderia intervir pela vida do meu bebê.
Apesar de não existir um diagnostico da doença, a suspeita sempre foi de síndrome genética, porém sem a definição de qual síndrome e de quais “problemas” era traria para a vida meu filho.
Com a graça de Deus, consegui levar a gravidez até o final, porém o sonho de ter um parto normal foi interrompido quando o medico sugeriu uma cesária a fim de evitarmos complicações durante o parto.

A descoberta.

No dia 19/10/2010 em uma ultrassonografia de rotina, minha gravidez estava prestes a ter uma “reviravolta”. Fui a clinica de costume, onde a primeira profissional que me atendeu se sentiu insegura em me revelar o que estava acontecendo, e me solicitou que procurasse outro profissional da mesma clinica para que ele então pudesse confirmar o diagnostico.
Estava muito tensa com o que estava por vir, apesar de não ter a mínima noção do que estava acontecendo, ao ser examinada por este então “profissional” ele simplesmente me disse que meu bebê tinha um grave problema provavelmente genético, e que devido à falta de tempo e agenda lotada não poderia estar concluindo meu exame. Solicitou-me que retornasse no dia seguinte.
Saí a clinica arrasada, e extremamente preocupada com a saúde do meu filho, fui então ao consultório do meu obstetra e solicitei nova requisição para que eu pudesse realizar outro ultrassom em outra clinica, mais “renomada”. Não queria acreditar que minha gravidez até então perfeita apresentava agora algum problema.
No dia seguinte (20/10/2010) fui à outra clinica para repetir o exame, onde com todo profissionalismo do mundo o profissional que me atendeu explicou-me o que estava acontecendo com o bebê.
A alegria foi geral,  agora a ansiedade por um resultado positivo quanto a gravidez, dava espaço a ansiedade pela descoberta do sexo: Menino ou Menina?? Claro que independente do sexo, a torcida era para que o nosso filho viesse com saúde.
Tive uma gravidez perfeita, sem qualquer interferência, nada de pressão alta, diabetes, enfim...saúde da futura mamãe 100%.  
Organizamos dois chás de fraldas, sendo um dia 15/10/2010 no meu trabalho e outro no dia 17/10/2010 na minha casa. Ambos os eventos foram perfeitos, ganhei muuuiiiitttaaassss fraldinhas para o meu tão esperado bebê.

A historia de um anjo - LUCCA

Hoje, dia 23 de fevereiro de 2011 diante de um dia meio sem perspectivas, tomo a coragem de escrever um pouco sobre a minha historia, ou melhor, sobre a historia de vida de um anjo que Deus com toda sua sabedoria colocou em minha vida.
Depois de dois anos de casada, resolvemos eu e meu marido “ampliarmos” a família. Decidimos que era hora de engravidar. Procuramos um médico para que antes mesmo de parar com o anticoncepcional todos os exames fossem feitos no intuito de que a gravidez fosse o mais tranquila possível.
E assim foi feito, de posse dos exames e com o resultado positivo quanto a minha saúde, era hora de terminar com a ultima cartela do remédio, e assim foi feito,  em fevereiro/2010 terminei a cartela e ao final do mês  já estava grávida.

Meu principe!!!

Aqui estava me preparando pra sair de casa...de boné e tudo mais!!!
Olha o charme da minha pulseira!!!!